Um jogão recheado de expectativas. Ao
Tricolor, então tetra estadual, um triunfo valia a sobrevivência pelo
título do primeiro turno do certame. Aos Leões da Barra, vencer era o
suficiente para levar o troféu. Os portões da Fonte foram abertos às
11h, meia hora antes da previsão pra hoje, inauguração do moderno
gigante.
Naquele domingão, todos entraram pela Ladeira da Fonte das Pedras. O camarote da época eram 200 cadeiras na pista ao redor do gramado, vendidas ao valor de 50 cruzeiros. Quem sentou “do lado do sol”, como bem cita o Diário de Notícias na matéria de apresentação do clássico, pagou 10 cruzeiros. As demais entradas saíram a 30.
Naquele domingão, todos entraram pela Ladeira da Fonte das Pedras. O camarote da época eram 200 cadeiras na pista ao redor do gramado, vendidas ao valor de 50 cruzeiros. Quem sentou “do lado do sol”, como bem cita o Diário de Notícias na matéria de apresentação do clássico, pagou 10 cruzeiros. As demais entradas saíram a 30.
E
nesse jogão de bola, o Jegue Alemão se tornou inesquecível. Esse era o
apelido de Juvenal, segundo maior artilheiro da história rubro-negra,
com 151 gols. No duelo, além de fazer o primeiro gol da história do
Ba-Vi na Fonte, ainda marcou outro no triunfo por 3x1.
Uma
façanha e tanto. Isso porque no gol Tricolor havia uma muralha de nome
Lessa, magrelão de estilo abusado e engraçado que acabou sendo citado
por Gilberto Gil na canção Tradição: ‘Essa garota do barulho /No tempo
que Lessa era goleiro do Bahia/ Um goleiro, uma garantia’, menciona o
cantor de paixão Baêa...
Mas nem só de
Juvenal e Lessa viveu o primeiro Ba-Vi da Fonte. O Bahia foi para o
intervalo com o 1x1 graças a um gol de Zé Hugo, talvez vítima da passada
de perna mais inusitada da história dos rivais. Apalavrado com o Leão,
ele vinha de Ilhéus de barco para Salvador quando os dirigentes
tricolores mandaram uma navegação em alto mar para ele assinar com o
Bahia.
Quando desembarcou, em vez de
jogar no Vitória, vestiu azul, vermelho e branco. Já o último dos
quatro gols do primeiro clássico da Fonte foi marcado por Tombinho, que
atacava sem preocupação graças à segurança do centro-médio Bengalinha
na meiúca. Ídolo, treinou o time na boa campanha do Brasileiro de 1974
- o Vitória foi oitavo.
Mas de volta ao clássico, a derrota provocou uma crise no Tricolor. O tranquilo presidente Carvalhinho exigiu, nos jogos seguintes, a entrada dos garotos no time principal.
Mas de volta ao clássico, a derrota provocou uma crise no Tricolor. O tranquilo presidente Carvalhinho exigiu, nos jogos seguintes, a entrada dos garotos no time principal.
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